Suspeitos de planejar ataque a morador de rua são presos no Rio; crime seria transmitido pela internet

Três homens foram presos e um menor apreendido na manhã deste domingo (20) durante a Operação Desfaçatez, deflagrada no Rio de Janeiro. Eles são suspeitos de planejar um ataque contra um homem em situação de rua, com a intenção de transmitir o crime ao vivo pela internet em troca de dinheiro.

Os mandados de prisão foram cumpridos nos bairros de Vicente de Carvalho, na Zona Norte, e Bangu, na Zona Oeste da capital. A operação contou com a participação de agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), da 19ª DP (Tijuca) e da Subsecretaria de Inteligência.

Segundo as investigações, o grupo utilizava a plataforma Discord para organizar e divulgar crimes como maus-tratos a animais, indução à automutilação, estupro virtual, racismo e incitação à violência. A Polícia Civil identificou a existência de uma rede de jovens que promovia ataques de ódio contra mulheres, negros, adolescentes e pessoas em situação de vulnerabilidade.

Entre os presos estão Bruce Vaz de Oliveira, Kayke Sant Anna Franco e Caio Nicholas Augusto Coelho. Conforme a investigação, Bruce era proprietário do servidor onde os crimes eram planejados e executados, e teria liderado sessões de tortura e morte de animais. Ele também é apontado como responsável por incitar outros participantes a cometerem atos violentos.

A polícia afirma que Kayke Franco planejou o ataque ao morador de rua e participava de outros crimes, incluindo maus-tratos a animais e corrupção de menores. Caio Coelho é suspeito de envolvimento em episódios de racismo e incitação ao crime.

Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão com o objetivo de recolher computadores, celulares e outros dispositivos eletrônicos.

Segundo as autoridades, a ação representa um avanço no combate a grupos que utilizam a internet para promover crimes de ódio e violência. A polícia segue com as investigações para identificar outros envolvidos na rede.

A plataforma Discord informou que colabora com as autoridades e que aplica medidas de segurança, como remoção de conteúdos, banimento de usuários e encerramento de servidores que violam suas políticas.